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segunda-feira, 14 de março de 2016

Morreu ator Nicolau Breyner: o Senhor Contente

Era um nome incontestável da ficção portuguesa, na televisão e no cinema. O ator, realizador e produtor morreu aos 75 anos. O ator foi encontrado sem vida em casa na tarde desta segunda-feira. Vários meios avançam que a causa da morte terá sido um ataque cardíaco.

Sempre pioneiro, apresentou diariamente o concurso na televisão "Jogo de Cartas" entre 1989 e 1992, que se tornou um sucesso graças ao seu carisma e à relação de cumplicidade desenvolvida com Felipa Garnel. Na televisão participou em "Vila Faia", "Nico D' Obra", "Eu Show Nico" ou "Gente Fina é Outra Coisa" e mais recentemente nas novelas "O Beijo do Escorpião" ou "Jardins Proibidos". Atualmente, encontrava-se a rodar a novela "A Impostora", da TVI.


Entre os seus papéis mais memoráveis (e teve mais de 50 no cinema) contam-se os do Inspector Malarranha, em “Os Imortais” (2003), de António-Pedro Vasconcelos, e os do avô alentejano de “Atrás das Nuvens” (2007), de Jorge Queiroga, mas também espalhou talento em fitas tão diversas como “O Rei das Berlengas” (1978) e “O Barão de Altamira” (1986), de Artur Semedo, “Jaime” (1999), “Call Girl” (2007) e “Os Gatos Não Têm Vertigens” (2014), de António-Pedro Vasconcelos, “Kiss Me” (2004) de António da Cunha Telles, “Crónica dos Bons Malandros” (1984) e “O Fio do Horizonte” (1993), de Fernando Lopes, ou “Adeus Princesa” (1994) e O Mistério da Estrada de Sintra” (2007), de Jorge Paixão da Costa.

Em "Afirma Pereira" (1995, Roberto Faenza), Nicolau Breyner contracenou com Marcello Mastroianni no seu último filme, um dos muitos contactos com atores de renome internacional que, como recordou Herman José, não lhe pouparam elogios. Jeremy Irons foi um dos mais recentes depois de trabalharem em "Comboio Noturno Para Lisboa" (10213), de Bille August.

O ator nasceu a 30 de Junho de 1940, em Serpa. Na adolescência começa por estudar ópera na Juventude Musical Portuguesa e é pensando numa carreira como tenor que entra, em 1959, no Conservatório Nacional, embora acabe por terminar a sua formação no curso de interpretação.

Em 1962 está no Monumental e a partir daí inicia uma carreira no teatro de revista que o havia de o levar ao primeiro plano do teatro nacional.

Alguns dos seus números de revista ficaram ficaram antológicos: o Marquês de Pombal (em "Ó Zé aperta o Cinto" - no teatro Maria Vitória, em 1971), os travestis de Vera Lagoa e Golda Meir (este em "Pró Menino e prá Menina" - no Teatro ABC, 1973). (Francisco Martins\Sapo). 

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