Páginas

sexta-feira, 23 de março de 2012

Morre o maior humorista do Brasil

Cada sorriso provocado por Chico Anysio continha uma beliscão na sociedade e na política do país.


RIO DE JANEIRO, BRASIL - Depois de três meses internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, morre Chico Anysio tinha 80 anos e faleceu às 14h52. Ele estava internado havia três meses. Ao longo de seus 65 anos de carreira, Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro. Ele deixa oito filhos.


Foto exclusiva cedida por Glórya Ryos onde aparece
frente a frente com José de Abreu, Maurício Oliveira, Glórya Ryos,
Pedro de Lara , Lúcia Rocha  na Rádio Atual em 1993.

No começo do ano passado, o artista teve problemas cardiorrespiratórios e ficou no hospital por quase quatro meses. Durante os 110 dias, o humorista esteve por 78 deles num CTI, sendo que em coma induzido por 22. Chico se recuperou a tempo de comemorar seus 80 anos em casa, no dia 12 de abril de 2011.



Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu em 12 de abril de 1931, em Maranguape, no Ceará, e veio para o Rio de Janeiro, com a família, aos 7 anos. Mudou-se com a mãe e três irmãos. O pai permaneceu em sua cidade natal para tentar refazer a vida como construtor de estradas de rodagem. A família passou a viver numa pensão no bairro do Catete, abrigada em diferentes quartos.


O cearense, que ainda jovem fazia imitações de personalidades, preparou um número com 32 vozes que o fez ganhar vários concursos de programas de calouros, como o "Papel carbono", de Renato Murce, e a "Hora do pato", apresentado por Jorge Cury, ambos da Rádio Nacional.

Aos 17 anos, ele fez um teste na Rádio Guanabara e ficou em segundo lugar em locução. Trabalhou em outras rádios nos anos 40 e até o começo da década de 50. Com 19 anos foi para a Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, onde permaneceu por um ano antes de voltar para o Rio.

Chcico  trabalhou ainda na Rádio Clube do Brasil, até que, em 1952, retornou à Mayrink Veiga como autor e diretor de vários programas ("A Rainha canta", com Ângela Maria; "Rio de Janeiro a Janeiro"; "Buraco de Fechadura"; "Vai Levando"). Ao mesmo tempo atuou em atrações estreladas por Haroldo Barbosa, Antônio Maria e Sérgio Porto, entre outros. E fez o programa que se tornaria um dos maiores sucessos da rádio, "Escolinha do Professor Raimundo".
Ele criou mais de 200 personagens. Com o nome artístico de Chico Anysio, fez "Espetáculos Tonelux", em 1953, e "O homem e o riso", em 1964. Em 69, subiu ao palco com o "Chico Anysio só" e foi assistido por 150 mil pessoas nos oitos meses da temporada. Entre os curiosos tipos que criou, fizeram sucesso o coronel Pantaleão, Bozó, Alberto Roberto, Salomé, Painho e Justo Veríssimo.


O humorista estava na TV Globo há mais de 30 anos, onde comandou "Chico City", "Chico Anysio Show", "Chico total", "O belo e as feras" e "A escolinha do professor Raimundo" (criada em 52). Também teve quadros no "Gente inocente!?" e "Zorra total". Como ator, fez participações especiais na minissérie "Engraçadinha" e no filme "Tieta". Torcedor do Vasco e do Palmeiras, na Copa do Mundo de 90, na Itália, ele engrossou o time de comentaristas da Globo.

Entre as novelas em que atuou na TV Globo estão "Feijão maravilha" (1979), "Terra Nostra" (1999), "Sinhá Moça" (2006), "Pé na Jaca" (2006), e "Caminho das Índias" (2009) - o ator fez uma participação especial na novela de Glória Perez, no papel de Namit, um diretor de filmes trambiqueiro.

No cinema, trabalhou em diversos filmes desde a década de 1950, incluindo "Tieta do Agreste" (1996), e "Se eu fosse você 2" (2008). Mais recentemente, o humorista poderia ser visto no ar no programa "Zorra total", como o personagem Bento Carneiro. O corpo do ator deverá ser cremado no cemitério do Cajú, Rio de Janeiro, e metade das cinzas será inviada para sua cidade natal, Maranguape, no Ceará. (FM/ID)

Glórya Ryos: http://www.gloryaryoscantora.blogspot.com/

Um comentário:

Alcides disse...

parabéns pela matéria, um Chico desses aparece a cada 100 anos no mundo, e ele era brasileira, gênio da raça Brasil